Patrimônio arqueológico e empoderamento cultural nas escolas diferenciadas e comunidade dos índios Tremembés de Almofala (Ceará-Brasil)

Patrimônio arqueológico e empoderamento cultural nas escolas diferenciadas e comunidade dos índios Tremembés de Almofala (Ceará-Brasil)
Joina Freitas Borges+Ludiane Das Chagas Vilela/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI_BRASIL

PALABRAS CLAVE
educação; indígena; arqueología

RESUMEN
Os índios Tremembés, desde sua história mais recuada, sempre demonstraram autonomia como povo. Sobre a educação indígena, a primeira experiência denota uma notável situação de empoderamento: cansada de ouvir das crianças e dos pais sobre os preconceitos sofridos nas salas de aula dos não-índios, Raimundinha Tremembé, com apoio das lideranças indígenas locais, criou a Escola Alegria do Mar (1991). Desta época até hoje, as Escolas Indígenas Tremembés, através da luta encabeçada pelos próprios indígenas e em parceria com pesquisadores, avançaram, receberam apoio institucional, se estruturaram, cresceram, e nelas se formaram professores em nível médio (Magistério Indígena Tremembé). Posteriormente, em 2013, formaram-se professores indígenas em nível superior através do Magistério Indígena Tremembé Superior (UFC), com todo curso ministrado nas aldeias. Através do curso, descobriram que os vestígios das moradias de seus antepassados, espalhados sobre as dunas da Terra Indígena de Almofala, eram sítios arqueológicos, protegidos pela lei brasileira. Neste trabalho, pretendemos discorrer sobre as apropriações realizadas sobre o patrimônio arqueológico, primeiramente através dos professores tremembés na educação escolar indígena, as quais, depois, extrapolaram o espaço das escolas, sendo empoderadas pela comunidade, inclusive por lideranças indígenas, que passaram utilizar os sítios arqueológicos como mais um elemento de comprovação da sua ancestralidade na região, ocasionando posturas descolonizantes em relação à sua história, assim como em relação ao fortalecimento da identidade indígena e luta pela terra