O Movimento Interestadual de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu e a participação social em arenas políticas

“O Movimento Interestadual de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu e a participação social em arenas políticas”
Caroline Buosi Molina /UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA_BRASIL 

PALABRAS CLAVE
mulheres rurais, feminismo, movimento social, políticas públicas

RESUMEN
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, significativas mudanças ocorreram no cenário político institucional brasileiro. Impulsionado por reivindicações de uma diversidade de grupos sociais, este novo regramento jurídico representou um marco no reconhecimento de categorias até então invisibilizadas ou marginalizadas pelas políticas públicas, como os autodenominados “povos e comunidades tradicionais”. Desde então, o Estado vem progressivamente incorporando o termo “povos e comunidades tradicionais” em suas ações, considerado por diferentes grupos sociais como uma identidade sociopolítica, partilhando identidades coletivas, com territorialidades e uso de recursos naturais em comum, além de racionalidade econômica-produtiva baseada na unidade familiar ou comunal. A partir de 2003, diversos espaços de participação social foram criados pelo Governo Federal, emergindo novos atores e atrizes políticos, reconhecidos como sujeitos de direito. Dentre essas “novas” representações, inclui-se o Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB, articulado desde meados da década de 1990, que concilia uma agenda ambiental, de luta pela preservação e livre acesso aos babaçuais, e de cunho feminista, buscando o reconhecimento e autonomia das mulheres quebradeiras de coco. O objetivo desse ensaio consiste em fazer um breve resgate sobre a trajetória do MIQCB, procurando identificar o avanço de suas representações em espaços públicos e a relevância de sua participação em diferentes instâncias de concertação social, especialmente as de âmbito federal